Li agora a notícia sobre o José Wilker. Considerava ele um ícone, um debatedor da situaçao humana, uma alma poética e uma voz encantadora. Vítima de infarto fulminante.
Na última semana, dois conhecidos morreram vítimas desse mesmo mal. A diferença é que eram bem mais novos. Fico pensando: Será que esse aceleramento da vida tem influenciado na ocorrência de infartos fulminantes?
Está tudo rápido demais, o dia a dia exige demais de nós, nos desgastamos muito, repousamos pouco, nos estressamos demais, relaxamos de menos.
Talvez seja a hora de como disse Rubem Alves , aprender com os caracóis.
Se você nunca leu " a pedagogia dos caracóis" vale a pena conhecer. Divido com vocês um trechinho.
"Mamãe, os professores dizem 'É preciso andar rápido, nada de vagareza, para frente, para frente. Mamãe, onde é a frente?". E aí ele passa a falar sobre a virtude pedagógica da vagareza. Pode ser que "chegar na frente" não seja tão importante assim! Quem sabe o "estar indo" seja mais educativo do que chegar.
No estar indo aprende-se um jeito de ser.
Nietzsche se ria dos turistas que subiam as montanhas como animais, estúpidos e suados. Não haviam aprendido que há vistas maravilhosas no caminho que sobe... Riobaldo acrescentaria: "O real não está nem na saída e nem na chegada; ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.A lentidão é virtude a ser aprendida num mundo em que a vida corre ao ritmo das máquinas. "
Acredito que precisamos desacelerar. Curtir a travessia. Se demorar nos detalhes. Ou diminuímos o passo ou encurtamos a vida.
Feliz sábado!
ResponderExcluirexcelente texto, parabéns!
Beijinho em seu coração
Nicinha
Beijo Nicinha obrigada pela visita.
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