quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Como você mede?

Se tem algo realmente gratificante nas redes sociais é interagir com gente interessante. No meio das balelas, frases feitas, futilidades e todo arsenal de porcarias que circundam os ambientes virtuais é uma alegria conhecer pessoas especiais que utilizam a web de forma inteligente.
Tive o prazer de "conhecer" no twitter a talentosa atriz Cláudia Helena Tavares. A alagoana é apresentadora da Revista Com Tudo que apresenta um programa diário na Rádio Farol Melodia. É coordenadora de Produção na empresa Embalos do Velho Chico Produções Artísticas e atriz na CIA Penedense de Teatro. 

Acrescento em seu currículo alegria, alto astral, bom humor, leveza e humanidade. É aquele tipo de gente que inspira. Dia desses, li o seguinte trecho de Seasons of Love em seu facebook :

"Como você mede...

Mede um ano?

Em dias? Em Pores-do-sol?

Em meia-noites? Em copos de cafe?

Em centímetros? Em milhas?

Em risos? Em lutas?" 

Essa leitura apertou o gatilho da minha memória e comecei a pensar na grandiosidade de nossas vidas. No quanto somos mesquinhos às vezes, medindo nossa existência por meros acontecimentos ou momentos ruins.

Numa fração de segundos, recordei toda minha história e uma sensação de paz invadiu minha alma. 
Sem dúvida , nossa trajetória é nossa melhor medida. O que são dias e anos diante da infinidade de momentos maravilhosos que vivenciamos?

Tardes admirando o mar, madrugadas estudando, encontros, sabores da infância, dificuldades, viagens, desencontros, luas cheias, conflitos, pássaros em revoada, amores, realizações, sorrisos, amigos, partidas, arco-íris, lágrimas, batalhas, vínculos familiares, bombons, TPM's, conquistas, doenças, recomeços, decisões, questionamentos, saberes, gargalhadas, paradigmas, adolescência, gentilezas, livros, tardes pitorescas, molecagens, por-do-sol, et cetera, et  cetera, et cetera...

Eu ficaria horas rebuscando na mente palavras que me remetam às incontáveis horas deliciosas que já vivi. Porque a vida é isso: um conjunto inesgotável de momentos, cores e sabores. Ao mesmo tempo, a vida é um fio. Sobre ela nos equilibramos e lutamos com unhas e dentes para que não se parta. Se não sabemos quando a linha vai se romper, nem a nossa, nem a de nossos queridos, nos resta vivê-la bem, intensamente, saboreando as delícias de cada dia e distribuindo nosso melhor aos que nos cercam.

Claudinha, obrigada por sempre partilhar conosco o seu melhor lado. Concordo com você, estamos neste mundo para sermos e fazermos as pessoas se sentirem bem.



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Punk!


Ouvi uma frase hoje, num programa da Multishow que desencadeou uma reflexão em mim. 
O assunto era música. Um jovem todo vestido de preto e com tachas pelo corpo se dizia "punk". 
Outro, um homem de cabelos  grisalhos e roupa social respondeu: "punk sou eu, que acordo todos os dias às seis da manhã, não gosto mas acordo, porque tenho uma vida pra cuidar.
Fiquei pensando em quantas coisas "punks" a gente encara dia a dia.
Segunda-feira por exemplo, não importa a idade, a profissão, todos concordam que a segundona é punk.
É punk a violência que assistimos no nosso Brasil, o risco que corremos de sermos vítima dela.
Ter excesso de responsabilidade e ter que rebolar para cumprir todas satisfatoriamente é muito punk. 
É punk ter que ir para o escritório diariamente trabalhada na elegância, em cima de um salto, quando muitas vezes nosso sonho é ir de pijama e havaianas.
É punk doença na família, despedir-se de gente querida, desejo de comer Mac Donald's à três da manhã. 
Ignorar um desafeto por anos a fio e a pessoa ainda jurar que você a nota é punk. 
É punk lavar vasilha, enfrentar o trânsito em horário de pico, ter uma caixa lotada de emails chatos pra responder. 
Conviver com pessoas mal humoradas, trabalhar com gente descompromissada, tolerar os pobres de espírito é super punk.
É punk a corrupção presente em todos setores do país. 
Falta de senso, erro médico, o caos na educação, a anarquia das manifestações, a miséria, o trabalho infantil, tudo isso é pra lá de punk.
Enfim, não importa qual o estilo musical que tonaliza os nossos dias, no fundo, no fundo, todos nós temos um lado  muito punk! 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Viver não dói


Pode até me faltar tempo livre mas não abro mão dos minutos diários dedicados à boa leitura.
Compartilho com vocês, trecho do livro "Viver não dói" de Leila Ferreira.

"Então vem a constatação do quanto a vida é capaz de nos surpreender, arrebatar, desconcertar, e de como aquilo que se chama viver mistura alegrias, sofrimento, paixão, perdas, riso, começos, recomeços, fins... E a gente vai processando tudo isso como pode, se equilibrando numa espécie de traçado invisível que percorre as mais diversas topografias e atravessa as mais distintas paisagens.
Fácil não é, claro. Até os mais otimistas concordam que a vida é osso duro de roer- entre outras coisas, exige apetite, persistência e dentes afiados. Mas é também um exercício apaixonante."



terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pelo amor do bom senso

Afinal, o que fizeram com as liberdade de pensamento e expressão???
Não é desconhecido nem pelo senso comum, que durante um extenso lapso temporal estas duas liberdades
foram suprimidas.
Houve um tempo em que se tentou conduzir o próprio pensamento humano. O acesso ao conhecimento foi negado, o saber foi proibido, e para os poucos, que a despeito de tudo conseguiam algum avanço intelectual, a liberdade de expressão foi totalmente tolhida.
Se tem um contexto histórico que acho admirável é o da luta pelos direitos fundamentais. Quando viu-se organizado em sociedade, o homem se dispôs a lutar pelos direitos que lhe são inerentes, dentre os quais, as liberdades ocupam a primeira dimensão de direitos que foram pleiteados.
Se nossos pioneiros vissem o que tem sido feito da liberdade de pensamento e expressão diriam : que desperdício!!!!
O mau uso dessas liberdades é uma desonra a toda luta que se desenvolveu para que esses direitos fossem alcançados.
O ser humano que hoje pode pensar livremente, que tem acesso a um inesgotável acervo de conhecimentos variados, que tem a tecnologia a favor do saber, simplesmente optou por não pensar. Perdeu-se o interesse em desenvolver raciocínios próprios, em criar teses, teorias, argumentos. A moda agora é copiar. 
As pessoas não buscam ler, se inteirar dos fatos, não observam o mundo, não vêem a natureza, não condescendem com os sentimentos.
Elas apenas se apropriam de ideias alheias, copiam daqueles que pensaram um dia, ou dos que ainda estão entre nós e fazem valer o direito ao livre pensamento.
Com isso, perdemos todos. Perdem os pensadores, que estão ficando banalizados com as milhares de frases copiadas e jogadas ao vento em redes sociais, onde os não pensantes, sequer se dão ao trabalho de indicar a fonte de tal conhecimento.
Perdem os que copiam, pois deixam de se aventurar no mundo do conhecimento, se fecham pro saber, se contentam em fingir que sabem.
Perdem os que pensam e que respeitam os grandes pensadores, pois ficam indignados com o descaso cometido com a liberdade de pensamento.
Se não respeitam o livre pensamento, o que dizer da liberdade de expressão? Bom, aí a coisa complica-se ainda mais. Assistimos diariamente uma enxurrada de lixo sendo dita e escrita livremente.
Pelo amor do bom senso, é preciso que alguém lance uma cartilha explicando esse tema. Porque acredita-se, simploriamente, que ser livre para expressar-se é dizer  ou escrever qualquer asneira por aí. As pessoas perderam a noção básica do senso, do discernimento, do ridículo. Dizem, e não medem consequências.
A questão é tão trivial, que há até quem se prejudique seriamente por não saber utilizar a liberdade de expressão.
E pensar que quando essas duas liberdades não existiam é que  grandes mestres do conhecimento teciam seus saberes. Quanta coisa se perdeu no  meio desse caminho...
Afinal, o que fizeram com as liberdade de pensamento e expressão???
Mau uso, foi isso que fizeram.




sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Renovação

No percurso até  meu escritório observei várias árvores desfolhadas. São apenas galhos, retrato do efeito outonal.
 Fiquei imaginado o status quo ante dessas árvores.  Outro dia estavam repletas de folhas verdes. Pássaros pousavam por ali. Borboletas dançavam em suas folhas. Lagartas, formigas, mosquitos, várias espécies desfrutavam da vida naquela árvore.
E então vem o outono e com seu vento varre tudo. Os "visitantes" da árvore se vão, mas ela permanece ali, inabalável. Ela não se abate porque conhece o processo de renovação. Sabe que o desfolhar é uma estratégia essencial para a sua subsistência.  
A árvore, que deixa de produzir clorofila neste período, o que resulta no amarelamento e queda de suas folhas, o faz para poupar energia e sobreviver as intempéries do inverno. Quando este período passa, assistimos a renovação de suas folhas e flores. É o bonito espetáculo da primavera.
Nos seres humanos ocorre algo similar. Eu sempre digo, a vida é um círculo. Não estamos fadados ao imutável, tudo ao nosso redor gira o tempo todo. 
Pode ser que em algum momento sejamos assolados pelo efeito outonal. Pode ser que alguns sonhos sejam levados pelo vento, alguns projetos podem declinar, alguns problemas podem derrubar nosso ânimo, mas fiquemos firmes!! 
Assim como a árvore, nós temos consciência que é preciso desfolhar para florescer. Passagens de estação são fundamentais para nosso amadurecimento e renovação.
Se hoje, você estiver enfrentando o outono na sua vida, fique tranquilo, se apegue à certeza de que em breve a primavera virá te visitar. Ela sempre vem. 



terça-feira, 1 de outubro de 2013

Se você nunca leu os livros de José Saramago faça um favor a si mesmo, LEIA! Veja o que não foi visto.

"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa.

O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão,  ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava.


É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."